Se vai odiar, odeie a Mamom. Para não assustar a ninguém, desagrada-los, imaginando que eu faça apologia de partidarismos políticos, vou usar o derivado de MAMOM: mamomismo. Os capítulos 15 e 16 de Lucas, além do fundo histórico do livro, que já é um manifesto erudito, traz um quadro filosófico talvez único em sua qualidade e abrangência, em todo o Novo Testamento, que dá para muitas mais conclusões que as que apontarei aqui:
Começamos pelo destinatário do Evangelho de Lucas, Teófilo, de quem se sabe nada, mas sim se o vê atrás das manifestações escritas aqui e em Atos por Lucas; o fato de Lucas ser considerado um “médico amado”, que era uma profissão elevadíssima na época, e o fato que se desprende ou decorre das palavras e a intenção revelada de Lucas para com Teófilo, vemos a uma pessoa ilustre da sociedade sendo atendida por Lucas para que obtivesse “plena certeza das coisas em que fora instruído”. Aparentemente Lucas tinha sido discipulado, mas estava num momento de indecisão, ou possibilidade de apostasia. As “coisas nas quais Teófilo tinha sido instruído” foram o Evangelho como perdão de pecados, provando que Jesus Cristo é o Salvador-Homem.
Lucas não está pronto para contar parábolas, senão para revelar a Teófilo mistérios da fé evangélica, a fim de deixa-lo absolutamente confiado e consolidado nela, já que um Messias que viesse a morrer, em vez de vir a libertar como guerreiro ao povo de Deus lhe seria espúrio. Lucas vai combater neste livro a um mamomismo que glorifica as armas de fogo, [contextualizado], e também glorificar ao Messias que dá sua vida para libertar ás pessoas de dentro para fora.
No capítulo 15 ele apresenta três parábolas, e as três nos falam de VIDAS que respeitar, assim seja do pior delinquente ou assassino humano. Não se ganham as batalhas espirituais combatendo com violência a violência. Máxime quando Lucas e Teófilo com certeza estudaram a origem das violências, e bem sabiam que o ser humano não justificaria [contextualizando] a Hobbes tanto quanto a Russhel posteriormente, em suas posições acerca de como aparece o ser humano no Universo. Jesus sabia que no interior dos humanos só há corrupção, mas também sabia, e é o ponto de respeito e vindicação que vê Lucas e deixa aparecer neste capítulo, o valor da vida humana:
“Se aproximavam de Jesus todos os arrecadadores de impostos e pecadores para ouvi-lo,” [aqui o mamomismo capitalista aparece, num espírito de fingimento e contenda].
“E os fariseus e os escribas murmuravam entre eles, dizendo: Este aos pecadores acolhe, e com eles come.” [Aqui os mamômicos religiosos vêm com o Tanaj baixo os braços, prontos para contender].
E Jesus nos versículos 3 a 7 descreve o amor de Deus e sua missão no mundo, por resgatar aos pecadores do mundo, e não essa contenda mamômica de hoje da maioria dos crentes criticando, julgando, condenando e matando com indiferença e ódio aos pobres pecadores perdidos do mundo, que talvez só seriam salvos se nós os acolhêssemos como o Pai acolheu em Cristo a todo o mundo. Jesus respeita a vida do mamónico Bolsonaro como também do mamômico Lula, e quem quer que não tolera a um dos dois, não conhece o Messias de Lucas.
Nos versículos 8 ao 10, descreve uma valiosa pessoa dentro da comunidade-igreja, perdida, confusa, relaxada, descuidada, precisando que alguém em casa a encontre e a restaure a sua posição de valor como de fato é. Muitos líderes cristãos estão hoje perturbados pelo ódio do anterior mamomismo [o político], e digladiam aos seus próprios companheiros de ministério, por doutrinas, por competição centrada no valor que se acreditam a si mesmos, e quando não conseguem se ver vindicados, batem nos que sim estão sendo honrados, e muitos irmãos estão se separando dos outros na vida da Igreja, influenciados e dominados pelo mamomismo do mundo, e o que é pior, do “reino deste mundo” que é satânico.
Desde o 11 até o 32 a narrativa é de um perdido que tinha tudo na casa de Deus, e decidiu ir ao mundo a visita-lo com o poder mamômico que atribuiu aos bens materiais herdados, e se enganou e perdeu de vez. Talvez buscou poder, ou liderança, ou um bom posto no Estado, na política, ou ser um empresário de sucesso, já que dinheiro não lhe faltava, mas voltou aos braços de quem os amavam como ninguém, seus pais biológicos e o Céu.
Já no capítulo 16, Lucas apresenta o caso de um homem rico que tinha um mordomo, e fecha no 13 declarando abertamente que Capitalismo e Cristo não se dão. “Ou amarás a um e odiarás ao outro”. Lucas assim desarticula o argumento mamômico que se pode ser um Teófilo ou até mesmo um próprio Lucas bilionário, e servir a Cristo sem deixar de glorificar o seu “PODER”.
Teófilo poderia ter sido um judeu devoto. Sempre foi discutível si era grego ou judeu, prosélito ou cristão, pelo que podemos imaginar também que, como quase todo o mundo, não cria em Deus, ou seja, era um ateu, ou cria em um deus à sua medida. E Cristo não se complica com os ateus como se opõe ferrenhamente aos mamômicos.
Mamom performata tudo na vida humana. Ele não é todo-poderoso como Cristo, nem é onipresente nem tampouco onisciente, no entanto, é ele que lidera muitíssimas igrejas, muitas sociedades, muitas famílias e casais, e muitos Estados Políticos no mundo, até mesmo na China. É ele que nos divide, faz que desconfiemos dos outros; que menosprezemos; que subestimemos; que descuidemos aos irmãos, à própria família, e até que prosperemos pelo egoísmo, a usurpação, a extra-limitação de nossos deveres e direitos
Para todos os que se deixaram capturar por MAMOM, afirmo: Jesus veio, viveu, morreu e ressuscitou para perdão de pecados, provando que Ele é o único e suficiente Salvador-Homem no cosmos, sempre disponível para todos: Você e eu também. A pessoa que experimentou o perdão de Deus em Cristo, aprendeu a subjugar seu dinheiro, seus bens materiais e simbólicos como títulos, trajetória, experiências e qualquer poder temporal, ao Senhor Jesus. Os outros, só sabem julgar como os políticos e religiosos destas narrativas eloquentes e altamente exclamativas de Lucas para todos.
Tito Berry
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