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sábado, 10 de outubro de 2020

Carta ao Presidente Bolsonaro de um Jornalista Argentino

  


Excelentíssimo Senhor Presidente do Brasil,

Jair Messias Bolsonaro

De meu maior respeito:

Sou argentino, filho de brasileiros, único entre 11 irmãos nascidos na Argentina que sempre amou o Brasil como sua primeira pátria, e que voltou aqui muitas vezes, a pesar das muitas barreiras legais, sempre obedecendo, até obter radicação permanente, junto de minha família, para servir ao Brasil. Não estamos aqui como turistas nem para ganhar dinheiro, senão servir, como são milhares os que me conhecem e conhecem o meu trabalho, hoje por meio do Instituto Prossocial e Cultural do Mercosul. Nunca me dediquei à política, sabendo de minhas obrigações, e não sendo partidarista, muito menos faço ingerência nos governos deste amado país. Com tudo, preciso uma resposta sua ao que li no “Diário Clarín” da Argentina a seu respeito. Agradeço sua atenção ao que vou dizer aqui:

Sabemos que os jornalistas formamos opinião. Mas, o que diga um presidente, também pode guiar como extraviar e alienar às pessoas. Lamentavelmente hoje alguns governantes de países “soberanos” se imiscuem na soberania alheia e cometem, ao meu entender, gravíssimo estado de mal-estar e conflito entre os povos, desnecessariamente, e o que é pior, pessoas leigas, militantes contra de seu Governo no Brasil, e do Governo FF na Argentina.

Respeito seus posicionamentos, suas palavras e suas manifestações em tanto e em quanto circunscritas ao público, mas quando elas penetram minha esfera privada e a de muitos outros, me preocupa.

O Jornal Clarín de meu país, absolutamente de extrema Direita, informou ontem 09/10/2020 7:59 neste link:      https://www.clarin.com/mundo/jair-bolsonaro-vez-alberto-fernandez-siento-argentinos-merecen-_0_31D5FIXZN.html os pontos salientes que extraio e reproduzo aqui:

"A 'esquerda' de Cristina Kirchner voltou. Veja o que está acontecendo na Argentina. Vi na imprensa que o presidente vai legalizar o aborto na Argentina. Bem, argentinos, sinto muito, mas é o que vocês merecem."

Na interpretação do jornalista de Direita da Argentina, “O presidente brasileiro se referiu à Argentina para minimizar as críticas que tem recebido nas últimas semanas de seus próprios apoiadores, garantindo que agora passa pelo mesmo que o anterior presidente da Argentina, Mauricio Macri enfrentou. Que era "espancado todos os dias", segundo Bolsonaro. “Macri foi eleito na Argentina há cinco anos, com um discurso parecido com o meu. Um dos primeiros países que conseguiu se livrar da gangue do Fórum de São Paulo, alí estava a turma de Cristina Kirchner, da Dilma (Rousseff). Ele não pode fazer o que queria, tinha problemas. "O que o povo fez com Macri? Bateu nele o dia todo. O atacaram e até o acusaaram de ser um abortista". "O que aconteceu? A esquerda de Cristina Kirchner voltou", acrescentou. 

A verdade é que o governo argentino não anunciou nenhuma medida relacionada ao aborto nas últimas semanas, apesar de Bolsonaro ter afirmado ter lido algo a respeito "hoje" na imprensa. A legalização do aborto na Argentina, foi uma das promessas eleitorais de Fernández, que em março anunciou o envio de um projeto de lei ao Congresso, mas teve que ser adiado por conta do surto da crise do coronavírus.”.  Na sequência, o jornalista acrescenta: “As desavenças entre os dois governos acontecem desde que Fernández, quando era candidato à presidência, apoiou publicamente a libertação do ex-presidente do Brasil, Lula de Silva. Desde então, Bolsonaro atacou várias vezes o chefe de estado argentino, a quem não felicitou depois de sua vitória nas eleições, por considerar que o eleitor "escolheu mal". Ele também não quis comparecer à sua posse como presidente e embora tenha ameaçado não enviar ninguém do Gabinete Brasileiro, no último minuto escolheu o vice-presidente Hamilton Mourão para substituí-lo na cerimônia”.

“A esquerda de Cristina Kirchner” é a expressão sua que parece inaugurar uma posição de ódio a essa mulher-emblema, com uma conotação quanto mínima equivocada. CFK não é esquerdista. O Peronismo não é Esquerdismo. Nasceu da Direita e se constituiu autóctone num lineamento que quase todo o mundo admira por tomar distância de ambas as veredas enganosas. A história geral a isenta desse juízo, mas, os incautos e leigos poderão fazer o tiro sair pela culatra.

A “legalização do aborto” não foi lançada pelo atual presidente argentino, senão pelo seu amigo Macri, de extrema direita. E que isso seja “o que merecemos”, seria desconhecer ou descartar voluntariamente a nobreza de um povo instruído, e majoritariamente mantenedor da doutrina cristã da vida, da Igreja Católica, que também é maioria no país.

Pela sua opinião acerca de Macri que era "espancado todos os dias", e que “Macri foi eleito na Argentina há cinco anos, com um discurso parecido com o meu. Um dos primeiros países que conseguiram se livrar da gangue do Fórum de São Paulo, foi a turma de Cristina Kirchner, da Dilma (Rousseff). Ele não pode fazer tudo o que queria, porque tinha problemas. O que as pessoas fizeram com Macri? Bateu nele o dia todo. O atacaram e até o acusaram de ser um abortista. O que aconteceu? A esquerda de Cristina Kirchner voltou", por acaso, está dizendo que também o Senhor fez campanha mentirosa como o Macri? E outra vez menciona à mulher que é um ‘espinho na sua carne’ como sua maior pedra de tropeço. Que o Senhor explica quando se pergunta que fizeram com Macri? Parece-me que nada! O povo argentino, meu Caro Senhor Presidente, durante os cinco anos de escravidão Macrista, não reagiu nem minimamente como está reagindo em 9 meses do Governo FF. Os peronistas sabem ganhar legalmente, sem campanhas mentirosas, sem perseguições caluniosas, sem lawfare, sem jogar mortos no terreno alheio, sem impeachment do inimigo. Não dizem apenas os peronistas; também a imprensa internacional, os órgãos competentes do mundo como a ONU, a UNESCO, o FMI, a OEA, o MERCOSUL, e uma infinidade de meios e órgãos cientistas, que o período MACRI foi o maior pesadelo da história argentina, que afundou o país impune e mafiosamente, de maneira que nem investiga-lo ficou fácil. Também os direitistas da Argentina já cederam em uma proporção de 40 %, ao começar a reconhecer publicamente que estiveram enganados. O Senhor Macri é Satanista. O Senhor, meu estimado Presidente JMB, se diz “cristão”. Por caso, carece de discernimento respeito à máfia esotérica que atormentou à Argentina, ou assume ser parte para nos levar de volta à escravidão dos dois últimos séculos na América Latina em mãos de um Liberalismo absolutamente anticristo e mamônico? Na sua excelente performance confrontativa, suponho ter a resposta exata e verídica para este estado de desconforto massivo dos argentinos de bem de lá e daqui, como conheço, gerado pela nota no Clarín, e além do mais, o Senhor há de ter por perto algum extraordinário Pastor cristão, como eu, mas, de potencial bíblico pela paz como Silas Malafaia que lhe aconselhe e assessore o que será melhor para a harmonia Brasil-Argentina.

Eu, e nossa organização social, jamais faremos ingerência nas suas políticas, e quando alcance minha naturalização brasileira, no ano que vem, com certeza minhas manifestações nunca serão para dividir senão somar na paz de Deus que desde criança tenho e reparto de graça ao haver nascido na Assembleia de Deus, e por permanecer e crescer exponencialmente em ministério de reconciliação, mediação, capelania, e tanatologia, principalmente.

Simplesmente, desejo que sua resposta a estes meus questionamentos sejam públicas, se de fato as declarações atribuídas ao Senhor pelo Diário Clarín são de veras suas.

Com especial distinção e respeito,

Dr. Tito Berry

www.titoberry.com.br 

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