Como tudo na Bíblia, o humano usa suas faculdades, dentro de seus limites. A própria língua materna ou falada, é uma faculdade humana dentro de certos limites. Deus é infinito; não podemos limita-lo à nossa língua, cultura ou religião.
No Novo Testamento [com Deus feito humano], a religião dominante da época -O Judaísmo- resistia "outro Deus", ou que Deus se fizera humano. Para eles, o Deus é ÚNICO, infinito, eterno, etéreo. Mas Jesus nunca disse que ele fosse "outro Deus", senão, que Ele estava no Pai e o Pai nele, eternamente.
Nesse contexto, em que, segundo não apenas o Novo Testamento senão até mesmo o Antigo Testamento, o Tanaj, o coração do Povo de Deus, Israel, seria "endurecido para não crer" [Is. 29. 13-14; 53.1; Mt. 15. 8; Mr. 7. 6; Jn. 14.1], o Filho chamou: “credes em Deus, crede também em mim”.
O Pai Nosso que ensinou Jesus, diz que Ele, o Pai, “está no céu”. Noutras passagens O Pai está no céu, e na mesma vez na terra, no Filho. E também o Filho estava no céu enquanto estava na terra. Jesus não se envergonha de se chamar nosso irmão, não pai nosso. Os novos “filhos de Deus” que somos nós seus crentes e discípulos, lhe foram dados pelo Pai. E o Filho nos ama assim como o Pai o amou quando era o seu único filho [Jn. 17. 2; 24-26]. O amor do Pai por meio do seu Filho Unigênito a nós, é um aumento, uma prolongação, não uma exceção. Hoje ele é Filho Primogênito, não apenas Unigênito.
O Pai “no céu” é a conexão de Deus com os humanos em geral como seu Criador, e dos judeus como Seu Povo Messiânico, mas o “Pai na terra” é Jesus, aquele que nos amou com o amor do Pai, fazendo-nos filhos Seu gratuitamente. Esta inclusão não implica exclusão, senão o fazer dos piores humanos, filhos de Deus.
Nas limitações humanas e de nossa língua, podemos afirmar que todo ser humano é filho do Pai que está no céu por Criação, e todo humano crente em Jesus, é Filho do mesmo Pai, por Regeneração. Mas, somos trazidos, ou atraídos a Cristo pelo amor do Pai do céu de todos, a Seu Filho Unigênito, por amor.
Outra necessidade de nossa limitada língua e humanidade está em que teologicamente devemos distinguir Vida Essencial de Vida Econômica: Na Criação TODOS recebemos a Vida Essencial de Deus, enquanto que Vida Econômica se refere a vida crescida, aumentada, que necessita ser cuidada e administrada pelo humano feito à imagem e semelhança de Deus. Em Gênesis essa Vida Essencial precisava comer da Árvore da Vida para que ele aumentasse no humano, e este crescesse na Imagem de Deus. No Novo Testamento Jesus diz o mesmo, em todo o capítulo 6 de João, e os apóstolos também. Mas, essa vida Essencial só se torna Econômica crendo não somente como Judeu, no “Pai que está no Céu”, senão também no Pai que está na Terra”, Jesus, e não é outro deus.
Finalmente, a definição “filho de perdição” e “filho do Diabo” é uma caracterização da malignidade, para a qual Deus mesmo personifica a natureza do Mal, assim como Cristo está personificado na Sabedoria em Provérbios 8. O Diabo não pode gerar como Criador, nem como Redentor, porque a Vida é Deus, e nele não há vida. Há natureza, apenas. Como uma árvore morta: Sua origem é a vida, mas sua natureza é morte desde que fora arrancada de raiz do que lhe daria vida econômica. Todos os humanos são filhos de Deus por Criação, mas, por causa de sua “perdição” [como o Diabo se perdeu, mas, está eternamente condenado], se crerem no Deus encarnado, têm vida eterna e são facultados a ser chamados Filhos de Deus conforme sua Originalidade. O Poeta Arato [Século III a.C.] declarou: “Linhagem sua somos”, referindo-se a todos os humanos [Atos 17. 25-30], e o contexto distingue filhos de Deus arrependidos e filhos de Deus não arrependidos, ou que O buscam tateando. Há cinco níveis de “filho de Deus” Renascido. A “Manifestação dos Filhos de Deus” é a Plenitude com Cristo-Igreja, Cabeça-Corpo perfeitamente UM. Quer dizer, nem um renascido isolado, individualmente, é Filho de Deus na plenitude planejada de Deus. Vangloriar-se é maligno!
Tito Berry
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